O Site Bigorna.net, entrevistou o nosso Editor Ulisses Azeredo. O Nostalgia do Terror,
agradece a equipe do Bigorna e a boa vontade de Márcio Baraldi, por Divulgar esse trabalho de
Resgate dos Quadrinhos Brasileiros.
Segundo Álvaro de Moya, a primeira HQ de terror publicada no
Brasil foi um episódio da série "Dr. Oculto", assinada por Leger e Reuths, que
circulou em 1937 na revista Mirim. Leger e Reuths, vale lembrar, eram os
pseudônimos de Siegel e Schuster, os criadores do Superman, origem e modelo de
todos os super-heróis.
A Garra Cinzenta foi publicado em 100 capítulos
no tablóide a Gazetinha entre os anos de 1937 e 1939 e foi um para os quadrinhos
nacionais. Foi o precursor do gênero de Terror e Super Heróis em nosso país. os
Textos eram de Francisco Armond e os desenhos inovadores de Renato
Silva.
A primeira revista brasileira de quadrinhos de horror chamava-se
"O Terror Negro" e surgiu em 1949. Curiosamente, ela foi primeiro a revista de
um super- herói: o Black Terror, de Jerry Robinson e Mort Neskin. Foi o fracasso
de vendas deste herói, palidamente calcado em Batman, que levou a Editora La
Selva a aproveitar o título já registrado para publicar um pacote de histórias
de terror norte-americanas. Foi um grande sucesso, com alguns números se
esgotando completamente. Este Título circulou até 1968
Em 1976, invade as
bancas brasileiras um fenômeno chamado Kripta, da RGE, que, nas palavras de
Antônio Rodrigues, gerou todo um "revamp", fazendo surgir várias outras
publicações como Calafrio, da D-Arte. Um comercial de TV anunciava a publicação,
finalizando com a frase "Com Kripta, qualquer dia é sexta-feira, qualquer hora é
meia-noite". "Foi um sucesso estrondoso. A excelente revista era constituída,
com material da Warren Comics e quadrinhos de primeira linha desenhados por
gente do naipe de Neal Adams, Esteban Maroto, José Ortiz, Paul Neary, Bernie
Wrightson, Luiz Bermejo entre outros e textos de Budd Lewis, Doug Moench, Archie
Goodwin, etc." Surgia aí, a segunda onda dos quadrinhos de terror no
Brasil.
Em meio a tantas e diversas publicações da década de 80, uma
mereceu (e ainda merece) destaque especial: A revista Spektro. Publicada pela
Editora Vecchi entre os anos de 1977 e 1982, durou 27 edições. Tinha mais de 160
páginas por edição, em preto e branco. A revista tinha algumas características
básicas, como o uso de personagens como narradores, uma constante. No entanto,
como provavelmente não havia pacientes em número suficiente para tantos
doutores, com o andar da carruagem, as histórias nacionais passaram a ter cada
vez mais destaque, até que passaram a publicar 100% material brasileiro. – Por
Marcelo Naranjo in Universo HQ.